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Sociedade
Ciclo de debates “Praia da Vitória – 2013-2020”, Nemésio, formação cultural, turismo cultural e objetivos claros marcam debate sobre Cultura e Indústrias Culturais Criativas
13 junho 2013

A vida e obra de Vitorino Nemésio podem ser usadas como atrativo cultural na Praia da Vitória, em torno das quais podem surgir inúmeros projetos culturais com retorno económico, educacional e social. Um desses projetos pode ser transformar a Praia da Vitória numa cidade de livros, desafiou o escritor e jornalista Joel Neto, no debate sobre Cultura e Indústrias Culturais Criativas, enquadrado no ciclo de debates promovido pela Câmara Municipal da Praia da Vitória para debater o futuro do Concelho.

“Existem vários exemplos internacionais de cidades que se destacaram das circundantes por ações de natureza cultural. Hoje, são cidades que atraem visitantes, sobretudo turistas culturais, o que provoca economia e desenvolvimento”, explicou Joel Neto, secundado pelo professor e escritor Carlos Bessa.

“O importante é definir-se claramente uma estratégia. Dessa forma, todos os agentes culturais saberão qual o rumo a seguir. É esse, aliás, o papel das instituições públicas: ouvir a sociedade e os agentes locais e delinear uma política, proporcionando apoios sempre que os projetos o justifiquem, no sentido de lançar as bases de um público”, reforçou Carlos Bessa.

“Se, em Inglaterra, Joyce é um escritor que arrasta multidões à sua terra natal, sendo um escritor com uma obra complicada, Nemésio é, sem dúvida, um autor que merece ser explorado e reúne todas as condições para tal. Para mim, é seu Mau Tempo no Canal é o grande romance português do século XX. A sua obra permite várias leituras e vários projetos, quer na esfera da Literatura quer noutras vertentes artísticas”, explicou Joel Neto.

Para Paulo Raimundo, da direção regional da Cultura e do Instituto Açoriano de Cultura, o aproveitamento pela via cultural das infraestruturas já existentes é um dos caminhos a seguir. E o seu sucesso trará retorno económico e, por essa via, simpatia por parte dos locais.

“Se, por exemplo, a Academia de Juventude na Praia tiver um programa intenso, que coloque na Praia artistas, escritores, entre outros, e inúmeros visitantes, o que terá, obviamente, impacto no comércio e na restauração nas imediações da infraestrutura, a médio prazo serão esses espaços a incentivar mais programação para continuarem com a clientela gerada entretanto. Ou seja, em vez de dizermos que não se faz mais porque o público não quer, podemos avançar com projetos sabendo que, mais cedo ou mais tarde, teremos público e dinâmica social. Mas isto são processos que demoram a ter resultados”, argumentou.

Neste ponto, os três participantes no painel moderado pelo vereador Paulo Codorniz, concordaram que a chave para o sucesso destas ideias reside na educação. Isto é, na formação, desde tenra idade, de públicos, de consumidores de cultura e de produtores de cultura.

“Em Tondela, com muita regularidade, os alunos das escolas vão ao teatro. Assim está a criar-se um público”, exemplificou um dos presentes na assistência, recebendo a concordância dos participantes no painel.

“É também importante que a nossa cultura, quando usada como atrativo turístico, por exemplo, seja antes sentida pelos locais. Porque, caso contrário, venderemos um produto que, ao cá chegarem, os turistas não encontraram espelhado pelos habitantes locais”, sublinhou outro dos presentes no Salão Nobre dos Paços do Concelho.

Outro dos alertas lançados por Paulo Raimundo – e secundado por Carlos Bessa e Joel Neto – é a necessidade de articulação entre entidades e agentes culturais.

“No fundo, há matéria para explorar. Há potencial. Falta avançar, falta arriscar, falta criar redes, falta apostar na formação de públicos. Falta aceitar a Cultura e a produção cultural como um investimento, um ativo e não como uma despesa”, avançou.

Relativamente às filarmónicas, Paulo Raimundo alertou que é preciso que cada uma delas viva em função da escola de música e da atividade musical e não em função de uma qualquer valência para pagar a manutenção da sede.

“As filarmónicas foram escolas de vida e de cultura musical. Na Terceira, ainda se assiste a isso. Mas em muitas ilhas, essas características estão a perder-se. É importante evitar isso a todo o custo”, frisou, lançando a acesa discussão que dominou o final do debate.

O ciclo de debates “Praia da Vitória – estratégias de desenvolvimento 2013-2020” termina na próxima sexta-feira, 14, às 14h45, com uma sessão sobre Cidadania e Governância, com intervenções de Cota Moniz e João Câmara, sendo o debate moderado pelo presidente da Câmara Municipal da Praia da Vitória, Roberto Monteiro.

 

Gabinete de Comunicação

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