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Sociedade
Na abertura do Ciclo de Debates “Produzir Local, Pensar Global”, Presidente da Câmara da Praia defende estratégia integrada para a diversificação agrícola
10 maio 2013

O presidente da Câmara Municipal da Praia da Vitória considera que é mais do que tempo de enquadrar a diversificação agrícola numa estratégia integrada de desenvolvimento do setor, potenciando rentabilidade aos produtores e, acima de tudo, abrindo novas oportunidades de emprego.

Para Roberto Monteiro, que falava na abertura do ciclo de debates sobre diversidade agrícola “Produzir Local, Pensar Global”, que decorre até ao final da tarde de sábado na Casa das Tias, na Praia da Vitória, exige-se que a produção, a investigação e as instâncias governamentais se organizem para garantir o eficaz aproveitamento das potencialidades do setor.

“É tempo de marcar golos. Já temos as equipas mais ou menos organizadas, mas exigem-se golos. Ou seja, é tempo de definirmos claramente uma estratégia integrada, que una os produtores à investigação, que oriente os apoios para a produção, que potencie a organização dos produtores, para que se tenha dimensão e escala, para que se abram mercados, quer internamente quer externamente. No fundo, precisamos que todos os intervenientes se unam em vez de cada um andar sozinho no caminho que definiu”, argumentou o autarca.

O edil entende que a diversificação agrícola, nas produções com potencial de rentabilidade na ilha e na Região, é “uma área vital para a criação de emprego sustentável, particularmente para a absorção da mão-de-obra saída” de setores em regressão, caso da construção civil.

“Mas a reorientação destas pessoas não pode ser deixada ao acaso. Há que definir prioridades. Porque a pergunta que se ouve muitas vezes é: tenho alguma terra, mas o que posso produzir com garantias mínimas de rentabilidade para mim e a minha família? Aqui entram as organizações de produtores, os responsáveis públicos, os apoios, quer financeiro quer técnico… Ou seja, acredito que com uma estratégia integrada, será possível criarmos um setor produtivo, paralelo às fileiras da carne e do leite, capaz de substituir importações e, numa segunda fase, de exportar”, sublinhou.

“O sucesso de tudo isto depende, na minha ótica, da organização, do planeamento e da união de todas as partes”, concluiu.

Na tónica da organização e do planeamento insistiram também a diretora regional da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Fátima Amorim, e os presidentes das direções da Fruter e da Bioazórica, Fernando Sieuve Menezes e Mónica Oliveira.

“O planeamento e concentração da produção são dois aspetos que temos vindo a promover, porque entendemos serem fundamentais para o sucesso do setor agrícola. Os produtores e as organizações têm de organizar-se para continuarmos a aumentar as nossas produções e a sua rentabilização”, sublinhou Fátima Amorim, que aproveitou a sua intervenção para fazer um balanço da produção agrícola nos Açores na última década.

“A concentração dos produtos é importante para ganharmos dimensão, quer para consumo local quer para a exportação. A planificação é a chave do sucesso”, sublinhou, por seu turno, Fernando Sieuve Menezes, dando o exemplo da produção de maracujá em São Miguel como um setor pujante em tempos que hoje é residual por falta de organização.

Para Mónica Oliveira, a produção agrícola tradicional e a produção biológica devem ser complementares, unindo esforços para criar dimensão e maior rentabilidade.

“Para nós, o grande objetivo é crescer na produção e no consumo dos produtos biológicos. Por isso, unimo-nos nesta organização, porque ela representa mais uma oportunidade de promoção”, explicou.

Por seu turno, David Horta Lopes, da Universidade dos Açores, realçou a importância do ciclo de debates e manifestou a total disponibilidade da Universidade dos Açores em apoiar os produtores agrícolas

“A universidade está totalmente disposta a cooperar nestas matérias. Temos trabalho científico já produzido e podemos continuar a investigar sobre estas matérias para garantirmos um suporte teórico e prático a estas produções”, explicou.

Até sábado, na Casa das Tias, na Praia da Vitória, decorre a segunda edição do Ciclo de Debates sobre Diversidade Agrícola “Produzir Local, Pensar Global”, organizado em parceria pela Câmara Municipal da Praia da Vitória, pela Fruter, pela Bioazórica e pelo Governo Regional, através da Direção Regional da Agricultura e Desenvolvimento Rural.

A vinha, a produção agrícola biológica, a organização de produtores, a horticultura, a produção de pequenos frutos, são alguns dos assuntos em debate durante os três dias de comunicações e debate.

Gabinete de Comunicação.

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