DIRIJO-ME AOS PRAIENSES A BEM DA VERDADE E DO RIGOR
Na última Assembleia Municipal disse que não mais falaria do passado. Contudo, ao constactar os dados da análise do Partido Social-Democrata aos documentos de prestação de contas do Município a que presido, tenho obrigação de esclarecer os praienses a bem do rigor e, fundamentalmente, a bem da verdade.
A situação financeira de qualquer organização é demonstrada através do Balanço. Este é o instrumento que traduz a situação patrimonial, bem como o estado de tesouraria, ou seja, o que existe a pagar e a receber.
Comparando os balanços de 2004 e 2005 podemos retirar as seguintes conclusões:
- O activo fixo(património) aumentou 6,6%;
- Os Fundos Próprios(Capitais do Município) aumentaram 0,3%;
- O Passivo(Dívidas) passaram de 7.638.539€ para 12.110.091€ - aumentaram 58,54%;
- O Passivo de Curto-Prazo(Dívidas a pagar no prazo máximo de 1 ano) passou de 231.104€ para 3.669.055€, ou seja, cresceu 1500% só em 2005;
O meu antecessor recebeu a Câmara com 2.001.974€ a pagar e 2.300.081€ a receber, ou seja, um saldo positivo de tesouraria de +298.107€.
Passados 12 anos entregou a Autarquia com 1.676.810€ a receber e 12.000.000€ de dívidas a pagar.
Fica assim demonstrado que a situação financeira da Câmara Municipal da Praia da Vitória está muito longe de ser positiva, sendo o “buraco financeiro” no valor de 2.800.000€.
Na prática, constata-se que o Executivo actual irá pagar 3.000.000€ de obras inauguradas em 2005 pelo Executivo anterior.
Desde a primeira hora procurámos o rigor e a verdade, tendo sido com estes princípios que solicitamos a realização de uma Auditoria tendo, para o efeito, consultado as melhores empresas deste sector a operar em Portugal.
A conta de resultados apresenta um saldo positivo, em 2005, de 550.000€. O relatório de auditoria indica um resultado de +29.148€ (Anexo II) no período de Janeiro a Outubro.
Constata-se, assim, que 330.000€ de resultado positivo resultam da gestão operada nos meses de Novembro e Dezembro de 2005.
O resultado líquido não corresponde a liquidez. Trata-se apenas do apuramento contabilístico da diferença entre os proveitos e custos, quer os correntes quer os extraordinários realizados no período.
Da demonstração de resultados podemos, também, retirar outras conclusões:
- Estrutura dos Custos
. Pessoal – 6.838.637€ (68% do total)
. Fornecedores e serviços – 3.015.938€ (30% do total)
. Total = 10.011.812€
- Estrutura dos Proveitos
. Transferências do Orçamento de Estado – 6.592.726€
. Impostos e Taxas – 1.110.218€
. Águas e Resíduos – 2.062.808€
. Total = 10.562.209€
Uma percentagem de 80% das despesas do Município são encargos fixos, dos restantes 20% variáveis a parte mais significativa vai para aquisição de materiais indispensáveis à rentabilização do pessoal próprio.
É, assim, indiscutível, que o anterior Executivo deixou a situação financeira da Câmara num estado Calamitoso, que aumentou as despesas e a dívida de forma desmesurada, deixando fornecedores e empreiteiros com mais de 3 milhões de euros de facturas vencidas.
Além disso, deixaram-nos um parque de máquinas e viaturas totalmente obsoleto e improdutivo que tem causado inúmeros problemas à actividade normal da Câmara Municipal.
Enquanto o actual Executivo Camarário estiver a liderar o Município da Praia da Vitória os Praienses terão sempre informações rigorosas e verdadeiras, doa a quem doer.
Esta é a última vez que me refiro a este assunto. Fomos eleitos para trabalhar em prol da Praia e dos Praienses.
Chega de mentiras, falsidades e afirmações sem qualquer rigor técnico.
Roberto Monteiro
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