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Sociedade
Na sessão de abertura das X Jornadas Agrícolas, “A sustentabilidade da agricultura na Região passa por uma aposta clara na valorização da comercialização dos produtos locais”, defende Roberto Monteiro
27 março 2017

O desenvolvimento do setor agrícola nos Açores depende da modernização das técnicas de produção, assim como do aumento da comercialização dos produtos regionais, acrescentando-lhes valor e colocando-os nos mercados externos. A ideia foi veiculada pelo presidente da Câmara Municipal da Praia da Vitória, Roberto Monteiro, na sessão de abertura da 10ª edição das Jornadas Agrícolas, que teve lugar na passada sexta-feira, 24, na Sociedade Recreativa Filarmónica União de São Brás.

“Para garantir a sustentabilidade da agricultura, é necessário reforçar a comercialização dos produtos açorianos, valorizando-os e aumentando a competitividade das empresas locais. Temos também de apostar fortemente na inovação e em recursos humanos qualificados para criarmos produtos que sejam desejáveis nos mercados externos”, afirmou o autarca.

“Outra componente importante, da qual não nos podemos descurar, é a logística. Só conseguiremos captar novos mercados se resolvermos primeiro os problemas relacionados com esta vertente, como o transporte, marítimo e aéreo, e a conservação dos produtos. Se não ultrapassarmos estes obstáculos, não poderemos acrescentar valor à nossa produção nem pôr a hipótese de exportação”, realçou.

“Acredito que o sucesso deste setor, que é vital para o crescimento económico, também depende da nossa adaptação às mudanças da sociedade. Neste sentido, considero importante apostar na área da investigação a fim de conhecermos as atuais necessidades dos consumidores e correspondermos às expetativas dos mesmos. Por isso, congratulo o departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores pelo trabalho desenvolvimento neste âmbito”, referenciou.

“É importante percebermos o que é que tem de ser feito para transformarmos o setor agrícola num setor produtivo e moderno e definirmos quais as responsabilidades dos produtores, das associações, das entidades públicas e privadas e até da sociedade civil. Temos de nos unir em prol do sucesso da agricultura nos Açores, defendendo os nossos interesses com determinação”, enfatizou.

Na ocasião, o edil praiense salientou a importância da criação da incubadora de negócios da Praia da Vitória no desenvolvimento do setor agrícola, referindo que existe um número significativo de pequenas empresas ligadas a este ramo de atividade.

“Durante o primeiro ano de existência da Praia Links, já foram criados 100 empregos, o que demonstra o excelente trabalho efetuado pelos nossos empreendedores. Temos alguns jovens integrados na área do agrobusiness e até estabelecemos protocolos com os grupos Emater e Amaral (Aki Perto), no sentido de facilitarmos a vertente da comercialização. Estamos abertos para continuar a receber mais jovens que pretendam ajudar a alavancar a agricultura, um setor que pode gerar riqueza e emprego na nossa Região”, evidenciou.

Nuno Meneses, presidente da Junta de Freguesia de São Brás fez um enquadramento histórico da freguesia e realçou a importância do setor primário na economia local, definindo como prioridade para o futuro da agricultura nos Açores o investimento em novas técnicas de processamento, embalagem e conservação.

Segundo João Ávila, vice-presidente da Fruter, “a área da fruticultura tem registado um crescimento considerável, ao longo dos últimos anos. Deste modo, creio que é importante os jovens apostarem nesta vertente, tornando-a mais diversificada e dinâmica”.

Para Anselmo Pires, presidente da Associação de Jovens Agricultores Terceirenses (AJAT), “o setor agrícola atravessa a maior crise de sempre, tendo em conta o fim das quotas leiteiras e o embargo russo aos produtos alimentares europeus. Neste sentido, apelo ao Governo Regional e à União Europeia que continuem a apoiar os produtores, pois não estamos preparados para ficar sem apoios. Gostaria ainda de referir que o último aumento ao preço do leite ficou aquém das expetativas, por isso reivindicamos um aumento mais justo”.

Por seu turno, o secretário regional da Agricultura e Florestas, João Ponte, relevou o empenho do Governo Regional na criação de medidas que ajudem a ultrapassar a crise que se vive no setor agrícola, destacando o reforço do POSEI, o aumento do prémio à vaca leiteira e a implementação da marca Açores. João Ponte mencionou ainda que o Plano e Orçamento da Secretaria Regional da Agricultura e Florestas visa dar resposta aos desafios da agricultura açoriana, atribuindo 170 milhões de euros a investimentos relacionados com este setor.

Promoção dos produtos regionais junto dos turistas

No âmbito da sessão de encerramento das X Jornadas Agrícolas, que decorreu na noite de domingo, 26, Tibério Dinis defendeu que o sucesso do setor agrícola depende da promoção e consequente valorização dos produtos açorianos junto dos turistas.

“Cabe aos produtores e às entidades públicas e privadas criarem estratégias de divulgação dos produtos locais, no sentido de valorizar aquilo que é produzido cá. Neste sentido, gostaria de realçar o esforço efetuado pela Câmara Municipal da Praia da Vitória na valorização do que é nosso, destacando o espaço dedicado aos produtos regionais que podemos encontrar anualmente na Feira Gastronómica do Atlântico, um dos maiores eventos gastronómicos do país”, sublinhou o vereador da Cultura e Turismo da autarquia praiense.

“É importante fazer também referência às formações na área do Turismo que temos concretizado, no âmbito do Programa VitÓria, nas quais incentivamos os nossos estabelecimentos de hotelaria e restauração a apostarem na aquisição de produtos locais e na promoção dos mesmos junto de quem nos visita. Acredito que existe uma estreita ligação entre os setores agrícola e turístico, considerando que a natureza e a gastronomia, duas das componentes turísticas mais importantes da Ilha e da Região, estão relacionadas com a agricultura pelas paisagens verdejantes, que resultam da cultura agrícola, e pelos nossos produtos, que advêm do cultivo da terra e das explorações de gado”, explicou.

“É fulcral que as associações agrícolas se sintam parte integrante desta nova economia, que se encontra em ascensão. Não podemos ter sucesso no setor turístico se não potenciarmos a nossa agricultura”, acrescentou.

O responsável municipal apelou ainda à participação de oradores com competência na área industrial.

“Esta sessão de encerramento marca 10 edições de debate profícuo. As Jornadas Agrícolas consolidaram-se e aqui foram discutidos inúmeros temas, sempre em busca de soluções. Deste modo, considero necessário apelar à participação de pessoas da área da indústria e comercialização, que possam vir aqui dar o seu testemunho e juntar-se a nós na implementação de medidas que contribuam para a revitalização da agricultura, um ramo fundamental para a Região, constituindo o sustento de grande parte das famílias açorianas”, aludiu.

Mónica Oliveira, presidente da BioAzórica, afirmou que a agricultura biológica, que se encontra em fase de crescimento em Portugal, pode e deve ser o caminho, salientando os benefícios da mesma para a saúde das pessoas e para a preservação ambiental.

Por sua vez, José António Azevedo, presidente da Associação Agrícola da Ilha Terceira (AAIT), referiu que a agricultura se encontra estagnada, especialmente no que diz respeito à fileira do leite, reforçando que o preço pago ao produtor é inferior aos custos de produção e que é necessário continuar a lutar por um preço mais justo. O responsável pela AAIT mencionou ainda a realização do Congresso Regional da Agricultura, durante este ano, na ilha Terceira, promovido pela Federação Agrícola dos Açores.

As X Jornadas Agrícolas decorreram entre os dias 24 e 26, na Sociedade Recreativa Filarmónica União de São Brás.

Gabinete de Comunicação.

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