A Praia da Vitória recebeu o galardão de “Município do Ano”, atribuído pelo projeto UM-Cidades da Universidade do Minho, desta feita, pelo projeto de recuperação das zonas húmidas verde costeiras (os Pauis da Praia), facto que leva o Presidente da Câmara Municipal, Tibério Dinis, a exaltar a sustentabilidade e a qualidade ambiental do Concelho.
O prémio agora atribuído à Praia da Vitória – que concorria com mais 3 autarquias do Açores (Madalena do Pico, Horta e Ribeira Grande), num total de 35 municípios nacionais – diz respeito ao processo de recuperação dos pauis da Cidade.
Este projeto, designado por LIFE CWR e cofinanciado por fundos comunitários, contribuiu de forma decisiva para “a sustentabilidade e qualidade ambiental” da Praia da Vitória, afirma o Autarca, acentuando “o restauro ecológico de habitats de fauna e flora, a sensibilização da comunidade, o potencial turístico e a investigação científica”.
Ora, salientou o Presidente do Município, “o Paul da Praia da Vitória é pela sustentabilidade ambiental que encerra, um dos representantes de Portugal na Convenção sobre as Zonas Húmidas de Importância Internacional Especialmente Enquanto Habitat de Aves Aquáticas, também conhecida como Convenção de Ramsar. Aquando do início do projeto de recuperação do Paul da Praia da Vitória, em 2004, foi elaborado um estudo exaustivo das características do seu solo. Os resultados são públicos, estão depositados para consulta no Repositório da Universidade dos Açores e não apresentam qualquer valor superior ao determinado na legislação ou convenções internacionais”, disse.
Câmara da Praia
pede relatórios à TVI
Exatamente pela qualidade ambiental atestada em todas as análises e estudos realizados, no âmbito do projeto de recuperação do Paul da Praia da Vitória, Tibério Dinis lamenta a campanha que tem vindo a ser levantada sobre a qualidade de vida no Concelho, criticando o “sensacionalismo” e apontando “o custo elevadíssimo” que algumas reportagens podem ter no futuro da Praia.
Neste sentido, na intervenção que proferiu na sessão de receção do prémio de “Município do Ano”, na Praça Francisco Ornelas da Câmara, o Presidente da Câmara Municipal revelou que escreveu ao Diretor de Informação da TVI a solicitar dados sobre uma série de reportagens que têm contaminado a imagem do Concelho.
Nesta cerimónia pública, domingo à tarde, Tibério Dinis salientou que esta já é a segunda vez que a Praia da Vitória é distinguida com o prémio de “Município do Ano”, levantando dúvidas sobre as verdadeiras intenções que estão por trás das sistemáticas reportagens que tentam denegrir a qualidade de vida no Concelho: “Precisamente há uma semana atrás, imagens do Paul da Praia da Vitória invadiam, com grande escala mediática, os lares de milhares de famílias portuguesas e, agora, foi grotescamente desprezado. Estamos cientes da diversidade das inesperadas dificuldades e oportunidades que encontraremos neste quadriénio, mas não esperávamos deparar-nos com a extensa campanha levada a cabo por várias entidades sobre a Praia da Vitória. A liberdade e a responsabilidade devem andar de mãos dadas. Talvez, seja o tempo e o momento, de perguntarmos, o que os move? Quais os seus objetivos? Qual a sua efetiva independência e interesses? Porquê a sistemática e reiterada penalização da Praia da Vitória?”.
Assim, e perante largas dezenas de pessoas, Tibério Dinis anunciou que, “hoje mesmo, assinei uma carta dirigida ao Diretor de Informação da TVI, Dr. Sérgio Figueiredo, na qual a Câmara Municipal solicita os seguintes dados: Relatórios, resultados e respetiva certificação e homologação das análises realizadas pelo laboratório Francês CRIIRAD; Relatórios ou dados sobre a alegada incidência superior à média populacional de doenças, nomeadamente as de foro oncológico, na Praia da Vitória; Relatórios, resultados e respetiva certificação e homologação das análises realizadas no solo ou água do Paul da Praia da Vitória que ateste a afirmação que as análises realizadas nesta zona demonstraram que este local tem imensos metais pesados, nomeadamente, níveis muito elevados de chumbo, níveis elevados de cobre, níveis elevados de crómio, e inclusivamente alguns níveis relativamente elevados de cobalto”.
Na sequência, o Autarca acentua que “levantar suspeitas como as que têm sido levantadas sobre a Praia da Vitória é o suficiente para atingir de forma severa setores como o turístico ou o agroalimentar”, acrescentando que “suspeitas com a amplitude que têm tido, tem um custo elevadíssimo. Todos nós conhecemos perfeitamente o modus operandi do sensacionalismo e da forma fácil, crua e nua como aproveitam a fragilidade e os sentimentos humanos da dor e da perda, na emboscada predadora e na resposta fácil a questões tão complexas como a doença, a saúde e a vida. Para nós, a verdade é uma busca incessante, e apesar de toda a informação, análises e resultados na posse da Câmara Municipal, se há informação em sentido contrário de interesse, ou até diferente, queremos ter acesso a ela”.
Assim, prosseguiu, “não deixa de ser curioso, uma brutal e real coincidência, e de alguma forma surpreendente, quando os aquíferos da Praia da Vitória são sistemática e reiteradamente vilipendiados por alguns, o Paul da Praia da Vitória, que é parte do aquífero basal da Praia da Vitória, que ostenta o mesmo selo de qualidade internacional que os Corais da Austrália, ou os Canais de Veneza, consegue mais uma distinção e com os Pauis do Belo Jardim e da Pedreira do Cabo da Praia, que são também parte do aquífero basal, oferecem à Praia da Vitória e aos praienses, aos Açores e aos açorianos, um notável galardão de prestígio nacional o Prémio Município do Ano”.
Ir para além da obrigação legal
Tibério Dinis terminou acentuando que “apesar de não existir qualquer obrigação ou recomendação de qualquer legislação ou entidade, a Câmara Municipal, por sua iniciativa, no âmbito do projeto LIFE CWR, tem realizado, desde 2013, análises à qualidade da água do Paul da Praia da Vitória, realizadas por laboratório homologado e certificado. A Praia da Vitória é um território que não esquece a dor das suas feridas, mas não deixa, nem nunca deixará que se alastrem. Com pesar e com orgulho, a Praia da Vitória olhará para as cicatrizes do seu passado, mas sempre com a firme certeza de que o futuro surge no horizonte. Orgulhemo-nos, da qualidade e sustentabilidade ambiental deste Concelho, da beleza do nosso Concelho, do orgulho e da honra que temos em viver num pedaço do paraíso criado na terra que se chama Açores”, disse.
Gabinete de Comunicação.
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