A Câmara Municipal da Praia da Vitória homenageou, sexta-feira à noite, os dois principais autores de enredos do Carnaval da ilha Terceira, Hélio Costa e João Mendonça, com a Medalha Municipal – Valor Cultural Prata Vermeille, no “início de um processo de valorização de uma riqueza cultural enorme”.
No Auditório do Ramo Grande, esgotado para aplaudir dois dos maiores nomes do Carnaval terceirense, Tibério Dinis, Presidente do Município, agradeceu a Hélio Costa e a João Mendonça “as inúmeras emoções, que milhares e milhares de pessoas sentiram, em anos e anos de Carnaval”, por força das participações destes enquanto atores e autores de enredos.
“São vocês responsáveis por tantas e tantas gargalhadas e por tantas e tantas lágrimas; isto tem um significado muito próprio para cada terceirense; a Câmara Municipal entendeu fazer esta homenagem para agradecer as inúmeras emoções que milhares e milhares de pessoas sentiram em anos e anos de Carnaval”, afirmou o edil.
“O Carnaval é uma riqueza cultural enorme que devemos preservar, enaltecer e, cada vez mais, apoiar. Por isto esta homenagem não é o fim, é antes um princípio, porque quando se fala de Carnaval são tantos e tantas as mulheres e os homens que dão de si para esta arte, para manter esta tradição. Naturalmente há muito mais gente que merece ser homenageada”, registou Tibério Dinis.
“Começamos por aqui, por homenagear aqueles que são os autores de um dos pilares do nosso Carnaval, os enredos, as histórias que nos fazem sorrir e as cantigas que nos fazem emocionar. Iniciamos aqui um processo que visa enaltecer, a cada ano, pessoas e figuras do Carnaval, porque, acima de tudo, é a preservação deste enorme riqueza que nos move”, declarou.
Homenagem
Todas as atividades culturais têm figuras que se destacam, sendo reconhecidas e lembradas por quem segue ou assiste a tais atividades. Sendo uma das maiores representações de teatro popular amador no mundo, o Carnaval da Ilha Terceira conta com um conjunto de figuras cujo nome, quando referido, é imediatamente associado a essa tradição.
Hélio Costa e João Mendonça são as duas mais conhecidas personalidades do Carnaval da Ilha Terceira. São poucos os locais que não reconhecem ambos os nomes, situação que se repete também nas comunidades de terceirenses emigrados nos Estados Unidos da América e no Canadá.
Hélio Costa e João Mendonça são os dois principais autores de “assuntos” de bailinhos de Carnaval, tendo também participado, como atores, em inúmeras representações, muitas delas que, ainda hoje, permanecem na memória dos terceirenses e de muitos emigrantes.
A sua obra – quer escrita quer como interpretes – é, sem dúvida, uma marca do Carnaval da Ilha Terceira, não podendo a história desta manifestação cultural estar dissociada da ação de Hélio Costa e João Mendonça, que se iniciaram desde jovens nestas andanças: Hélio Costa começou a escrever assuntos em 1985 (perfazendo mais de 1300 até à atualidade), tendo atuado em vários bailinhos ao longo dos anos; João Mendonça começou a escrever enredos de Carnaval aos 16 anos (até hoje já foram mais de 400), fazendo parte da memória da população algumas das suas personagens, assim como a sua dinamização do Carnaval nas comunidades emigradas nos Estados Unidos e Canadá. Só este ano, Hélio Costa escreveu 41 assuntos e João Mendonça 12.
As danças e bailinhos de ambos são reconhecidos dentro e fora de portas, continuando, hoje, a ser dois dos autores mais conceituados e solicitados pelos elementos das danças e bailinhos de Carnaval, assim como referências indeléveis para novas gerações de autores de enredos de bailinhos de Carnaval.
Ambos já foram alvo de diversas homenagens devido à sua participação no Carnaval da Terceira, mas entendeu o Município da Praia da Vitória consagrá-los como “os dois principais escritores de assuntos para bailinhos de Carnaval na Ilha Terceira”.
Após a entrega das Medalhas, atuaram três bailinhos escritos por ambos: o Bailinho dos Amigos do Carnaval das Fontinhas (autoria do enredo de Hélio Costa que escreve para este grupo há 27 anos); o Bailinho da Junta de Freguesia da Vila Nova (também da autoria de Hélio Costa que compõem enredos para este grupo desde a sua fundação há 28 anos); e o Bailinho dos Amigos do Grupo de Teatro de São Pedro da Ribeirinha – popularmente conhecimento como o Bailinho da Casa da Lata (com enredo e cantigas escritas por João Mendonça, desde o princípio do grupo há 20 anos, sendo que por três ocasiões, para além de autor dos enredos de “Miseráveis”, “Confraria dos Tesos” e “O papão e o sonho”, João Mendonça participou também como ator.
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